CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO
Com
aproximadamente 530 mil casos novos por ano no mundo, o câncer do colo do útero
é o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres, sendo responsável
pelo óbito de 274 mil mulheres por ano. O câncer do colo do útero é o segundo
mais incidente na população feminina brasileira. Em 2007, este câncer
representou a quarta causa de morte por câncer em mulheres (4.691 óbitos).
DETECÇÃO PRECOCE
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS),
as estratégias para a detecção precoce são o diagnóstico precoce (abordagem de pessoas com sinais e/ou
sintomas da doença) e o rastreamento (aplicação de um teste ou exame numa
população assintomática, aparentemente saudável, com objetivo de identificar
lesões sugestivas de câncer e encaminhá-la para investigação e tratamento).
O rastreamento do câncer do colo do útero se baseia
na história natural da doença e no reconhecimento de que o câncer invasivo
evolui a partir de lesões precursoras, que podem ser detectadas e tratadas adequadamente,
impedindo a progressão para o câncer.
O método principal e mais amplamente utilizado para
rastreamento do câncer do colo do útero é o teste de Papanicolaou (exame
citopatológico do colo do útero). Segundo a Organização Mundial de Saúde, com
uma cobertura da população-alvo de, no mínimo, 80% e a garantia de diagnóstico
e tratamento adequados dos casos alterados, é possível reduzir, em média, de 60
a 90% a incidência do câncer de colo do útero invasivo.
DIRETRIZES
DO RASTREAMENTO
O método de rastreamento do câncer do colo do útero
no Brasil é o exame de Papanicolaou, que deve ser oferecido às mulheres na
faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram atividade sexual.
A priorização desta faixa etária como a
população-alvo do Programa justifica-se por ser a de maior ocorrência das
lesões de alto grau, passíveis de serem tratadas efetivamente para não
evoluírem para o câncer. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a incidência
deste câncer aumenta nas mulheres entre 30 e 39 anos de idade e atinge seu pico
na quinta ou sexta décadas de vida. Antes dos 25 anos prevalecem às infecções
por HPV e as lesões de baixo grau, que regredirão espontaneamente na maioria
dos casos e, portanto, podem ser apenas acompanhadas conforme recomendações
clínicas. Após os 65 anos, por outro lado, se a mulher tiver feito os exames
preventivos regularmente, com resultados normais, o risco de desenvolvimento do
câncer cervical é reduzido dada a sua lenta evolução.
A rotina recomendada para o rastreamento no Brasil é
a repetição do exame Papanicolaou a cada três anos, após dois exames normais
consecutivos realizados com um intervalo de um ano. A repetição em um ano após
o primeiro teste tem como objetivo reduzir a possibilidade de um resultado
falso-negativo na primeira rodada do rastreamento. A periodicidade de três anos
tem como base a recomendação da OMS e as diretrizes da maioria dos países com
programa de rastreamento organizado. Tais diretrizes justificam-se pela
ausência de evidências de que o rastreamento anual seja significativamente mais
efetivo do que se realizado em intervalo de três anos.
Fonte: INCA –
Instituto Nacional do Câncer